No caderno Link, do Estadão de hoje, saiu a notícia de que a Warner Music abriu uma loja virtual no Brasil, em parceria com a iMusic.
Belo projeto, assim todos nós podemos comprar músicas legalizadas, a preços atrativos e com qualidade, certo?
ERRADO!
Bom, para começar, o quesito qualidade deixa bastante a desejar: 128 bits. Em WMA, que é uma porcaria de formato de áudio.
Por falar em formato, alguma alma caridosa porderia me explicar por que, dentre todos os existentes, este é o que mais consome poder de processamento, estando encriptado ou não? Brincadeira... :s
Depois a MS chora porque preferimos MP3, Ogg, FLAC e Monkey Audio.
Em segundo, claro, o preço. Afinal, se é uma loja virtual, sem todos os custos que recaem sobre loja normal, ela deve ser mais barato, correto? Não senhor, você acha que vive aonde, na Europa? :o|
E ainda querem bater a dupla iPod/iTunes com isso, hein!
Procurei pelo disco do Dio, Stand Up And Shout: The Dio Anthology, que foi lançado em 2005. Preço camarada do site, R$ 2,49 por música. Só que são 23 músicas, o que dá a bagatela de R$ 57,27!!!! 8O
Bom, é por ser lançamento, pode ser esta a explicação, vamos tentar outro: Iron Maiden. Opa, esse é da EMI, não tem. Metal Church, afinal, ele é da Elektra Records, subdisiária da Warner Music. Metal Church, de 1985, 9 músicas: total de R$ 22,41.
Está bem, vamos pressupor que é por eles serem artistas estrangeiros, afinal, os nacionais devem custar mais barato. O Rappa - Acústico MTV, R$ 32,27. Vamos tentar pela última vez, Red Hot Chilli Peppers, Stadium Arcadium (Duplo), 29 músicas. Preço na loja da Warner, R$ 72,21!
Preço do mesmo disco do Red Hot Chilli Peppers no Submarino, R$ 37,90.
Hummm, devo estar com problemas no meu monitor, pois a loja onde eu posso comprar músicas separadas, em qualidade baixa, com restrição de uso - as músicas utilizam a tecnologia DRM, ou seja, nada de tocar no seu aparelho de som normal, no CD do carro, em qualquer player de MP3, etc - estão mais caras do que em uma loja onde eu recebo um CD de verdade, com capa e encarte.
E finalmente chegamos na parte sobre legalização, após essa tentativa de assalto e 171. Eu até posso tentar engolir o argumento de que são os impostos, os custos e os direitos autorais, para os preços praticados. Mas ainda não consigo entender como a loja virtual da gravadora, proprietária das músicas - um dos argumentos utilizados por elas, de que as lojas virtuais tem de pagar direitos autorais para as referidas gravadoras, por isso este tipo de negócio seria inviável - as vende mais caro do que em uma loja normal! Fora que o que fazemos aqui se chama compartilhamento, ninguém neste blog ou nos vários espalhados pela internet, ganha bulhufas com isso. Na verdade nós é gastamos, tanto nosso tempo, quanto nosso dinheiro, com essa paixão chamada música.
Como bem disse Manny, o mamutão de A Era do Gelo, what you take me for?
Neste caso específico, música, volto a dizer: Beethoven, Tchaikovsky, Mendel, Wagner, entre tantos outros, não morreram de fome por não ganharem direitos autorais. Na verdade, eles tinham mesmo é de trabalhar para conseguí-lo, e não ficar em berço esplêndido contando dinheiro sem fazerem nada.
E por último, um recado as gravadoras: vão a merda, se fodam e morram!
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