16 agosto, 2006

Sexo, Drogas e Rock 'n' Roll

É impressionante a disparidade da política para drogas do Brasil. Enquanto em várias partes do mundo, como nos países da Europa e Canadá, procura-se informar, mostrar os efeitos delas sobre o ser-humano, seus efeitos alucionógenos, suas malezas e como lidar com estes efeitos, aqui continuamos com a nossa - falta! - de política nesse quesito.

Quem usa drogas é burro e tem de ir para a cadeia, diz a nossa política nacional sobre o assunto. E lasque-se o resto (lembram do chavão "Drogas, Tô Fora"? Pois é, Drogas tô fora, saí, fui comprar mais, já volto :D ).

Longe de mim incentivar o seu uso (isso é uma questão individual, sorry), mas a questão é: as pessoas irão utilizar drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas. Ponto. É muito bonito o discurso atualmente empregado de que você contribui com a criminalidade, ao consumí-las, mas essa não cola. Quer dizer que se eu beber - e a indústria de bebidas foi bastante esperta em não se deixar levar na mesma onda da de cigarro, mas a bebida É uma droga - também estou contribuindo com a corrupção nacional, já que o governo leva uma batelada de impostos sobre elas, quase todos os políticos tem alguma participação nesta indústria e, muitos, desviam esses impostos para os próprios bolsos?
Acho que não é por aí...

Diz-se também que é por falta de cultura de nosso povo e da educação do mesmo. Humm, interessante: eu até posso levar isso em consideração para as cidades mais afastadas dos centros urbanos, já que nós sempre pensamos em capitais e, cidades do interior, são sempre mais conservadoras, mas isso também não se justifica, já que a população de um grande centro urbano tem acesso a informações. No entanto, a desinformação sagra em qualquer destes lugares.

Na verdade é um FODA-SE O RESTO, com a desculpa de minha parte pelas palavras de baixo calão. Ora, em março deste ano, a revista Superinteressante publicou uma reportagem sobre drogas se guiando por este quesito:
  • era informado qual o composto da droga
  • era informado qual o efeito da droga sobre o cérebro
  • era informado qual o efeito colateral dela sobre o corpo humano
  • era informado qual a sensação da mesma
Pronto. Sem discursos que a droga é ruim, sem discursos que você deve evitá-las a qualquer custo, sem dicursos de banheiro de rodoviária! Pois não é que na edição seguinte houve uma chuva de cartas reclamando que a revista incentivava o uso e consumo das mesmas! Impressionante!
E depois dizem que esse país não é moralista, muito menos conservador.

O que me chamou a atenção neste assunto, foi a abordagem dada pela BBC da Inglaterra sobre o assunto. Existe uma campanha deles chamada OneLife, sobre saúde, sexualidade, medicina, doenças, etc.
Na questão sobre as drogas, existe uma página muito boa explicando sobre os seus riscos, os seus efeitos, a visão penal sobre ela e uma senhora animação, chamada Excess All Areas, justamente sobre os pontos paresentados antes: os efeitos das drogas, que em primeiro momento sempre são bons; seus efeitos sobre os orgãos do seu corpo, como o cérebro, estômago e fígado; o efeito de várias doses da mesma droga; o que fazer caso você tome alguma; quais as medidas que você pode tomar se um amigo seu ou você consumiu drogas, inclusive dando dicas se você for comprar alguma.

O ponto interessante é justamente esse último, que na animação pode ser vista no item Safety: as pessoas irão comprar drogas, quer você goste ou não. Adianta ficar martelando que isso é ruim, ou é melhor informar a ela de que o efeito pode até ser bom no começo, mas que pode também trazer sérias complicações depois e que é bom você tomar cuidado com a procedência delas?

Clique para ver a animação (em ingês)
Excess All Areas

Ah, muita gente vai reclamar que está em inglês, mas sinceramente: que raios você está fazendo no mundo, então? Gostando-se ou não, o inglês é uma língua universal, atualmente. Não conhecê-lo, ou pior, ficar na xenofobia de que ele é ruim e não deve ser aprendido, é perder grande parte das informações disponíveis por aí.

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