13 outubro, 2006

Dicionário do Apocalipse Demência 13

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Visto as últimas notícias de preocupação com a Coréia do Norte e o Irã, em sua perseguição obstinada pela tecnologia nuclear, o Demência 13, em mais um serviço de utilidade pública, apresenta aqui um pequeno dicionário de termos para conviver em uma era nuclear e de terror.

Ou você acha que anos e anos de experiência com duas super-potências nucleares - EUA x URSS -, ameaçando uma a outra (e por tabela o mundo) servem para quê? ;-)
Vale lembrar que EUA, Rússia, China, Inglaterra, França, Israel, Índia e Paquistão já são parte do clube Cavaleiros do Apocalipse.


Inverno Nuclear - É o que acontecerá se houver uma descarga muito grande de artefatos nucleares na atmosfera. O resultado dessas explosões, além da descarga massiça de radiação, é a elevação de toneladas de fuligem na alta atmosfera, impedindo a luz do sol de banhar o planeta. A vida animal morre em dois meses e a vegetal, no máximo, em seis meses. Ou seja, se o couro quebrar grande mesmo, enfie a cabeça no chão e reze, pois não vai fazer muita diferença o local onde você está.

ICBM - Intercontinental Balistic Missile (Míssel Balístico Intercontinental) - É um míssel nuclear capaz de percorrer o globo e atingir alvos em qualquer parte deste. O ICBM funciona como um foguete para viagens espaciais, mas a semelhança termina por aí, já que ele voa para espaço, voa em rota sub-orbital e depois realiza uma reentrada, para então acertar o alvo especificado. Não existe defesa segura contra ele.

A Coréia do Norte tenta desenvolver o seu ICBM, de nome Taepodong, atualmente na versão 2. Índia e Paquistão já testaram alguns veículos e provavelmente já devem ter os seus, embora nada esteja confirmado.


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Um dos nomes mais legais já dados para um ICBM: o russo SS-18 SATAN

IRBM – Intermediate Range Balistic Missile (Míssel Balístico de Médio Alcance) – É um eufemismo, já que todos os mísseis balísticos são intercontinetais, ficando a critério do país definir o seu alcance e potência.

Míssel Tático de Teatro – Não tem nada a ver com um show de teatro, seu ignorante em estratégia militar! Mísseis táticos de teatro são dispositívos de curto alcance e com propósito específico. Carregam uma carga explosiva menor, são menores e tem alcance de até 300 Km. Em contrapartida, são mais baratos de se fabricar, manter e são quase indefensáveis.

Um exemplo de míssel tático de teatro é o Nadong-1, da Coréia do Norte, ou o AM54 versão C - Phoenix, dos EUA. A variedade e uso é imensa.

MIRV - Multiple Independently Targetable Re-entry Vehicle (Veículo Independente Múltiplo de Reentrada) - Se o problema antes era transportar a bomba até o alvo (afinal, aviões podiam ser abatidos, resultando em um ataque mal-sucedido), com os ICBM esse problema deixou de existir. Com o desenvolvimento das ogivas MIRV, sistema desenvolvido na década e 60, a coisa, que já era perigosa, fodeu de vez!

Funciona assim:

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Diagrama mostrando as diferentes fases que um míssel norte-americano Minutemen III percorre, do lançamento até a detonação, bem como o funcionamento dele.

1. O míssel é lançado do seu silo, ativando o seu primeiro motor (A).
2. Após 60 segundos do lançamento, o primeiro estágio do foguete é separado, ativando o segundo (B). A capa do míssel é ejetada.
3. Após 120 segundos do lançamento, o terceiro estágio é acionado (C) e se separa do segundo.
4. Após 180 segundos do lançamento, o terceiro estágio é ejetado e a cápsula de reentrada [Post-Boost Vehicle] (D) se separa do foguete.
5. A cápsula de reentrada manobra e se posiciona para o lançamento das ogivas múltiplas.
6. As ogivas múltiplas, bem como flares e despistadores de contra-medidas, são lançados.
7. As ogivas múltiplas reentram na atmosfera em altíssima velocidade e são armadas ainda no vôo.
8. As ogivas detonam sob os alvos, podendo ser no ar ou no solo.


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Teste de ogivas múltiplas (MIRV) de um míssel americano Peacekeeper.


Megaton – medida de potência das armas nucleares, que equivalem a 1 milhão de tonelas de TNT.

Kiloton – medida de potência das armas nucleares, que equivalem a 1.000 toneladas de TNT. As bombas de Hiroshima e Nagasaki foram dessa potência, respectivamente, 20 e 15.

MAD - Mutual Assured Destruction (Destruição Mútua Assegurada) - Doutrina estabelecida após a crise dos mísseis cubanos, na década de 60, onde não importava mais o número de suas forças militares, mas sim, a capacidade de destruir a infra-estrutura do inimigo, mesmo que este puder destruir a sua.

Doutrina ainda em voga atualmente e, por mais contraditório que possa parecer, é o que impede uma guerra nuclear em larga escala.

Ah, e MAD em inglês quer dizer louco.

Em tempo: não existe guerra nuclear, existe holocausto nuclear.

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