04 maio, 2007

Anne Clark - Changing Places (1983)

Taí mais uma coisa que muita gente também não esperaria ver no Demência, a foderosa Anne Clark.
Isso aquí é um pouco datado, vamos ser sinceros, mas nem por isso menos interessante.

Anne Clark largou a escola aos 16 anos para, em suas palavras, "procurar algo mais saudável e excitante para se fazer" (como hazzamanazz, que descobriu cedo que a escola não tinha bosta nenhuma a oferecer - a não ser conformismo -, mas só criou coragem para largá-la aos 18).
Se você quer conhecimento vá à uma biblioteca e leia um livro, meu amigo...

Só que além do apetite por música e livros, Anne tinha de fazer algum para sobreviver, então foi trabalhar de assistente em um hospital psiquiátrico, nos arredores de Londres. Até hoje ela diz ser este um dos melhores e mais recompensadores períodos de sua vida, "exceto que hoje em dia não existem mais hospitais para as pessoas mais vulneráveis e desesperadas em nossa sociedade. Elas são simplesmente deixadas jogadas por aí e tem de se virar sozinha".
Nestes tempos de psicanálise, psiquiátras, psicologistas e a constatação de que o ser humano é uma entidade doente - se você duvida, veja o tanto de Prozac, Zinco e Lítio que se vende e receita - o que se contestar disso?

Como ela mesma diz, na música "Dorminhoco na Metrópole (Sleeper in Metropolis)"...

Como um dorminhoco na metrópole
Você é insignificante
Sonhos emaranhados no sistema

O ambiente se move sobre o que dorme
O ar condicionado
condicona a respiração sedada/entorpecida
A sensação de lençóis de viscose na carne nua
Macia e cálida
Mas solitária no grande oceano negro da noite

Confinados na aparente segurança de nossos desejos e sonhos
Lutamos contra nossa insignificância
Quanto mais lutamos
Mais alto é o muro

Lá fora a cidade se espalha
Como uma doença
Seus sintomas
Em carros indo aos destinos inevitáveis
Seguidos pelos faróis silenciosos
Da paranóia criada pela sociedade

Nenhuma alternativa poderia florecer
Onde o amor não cria raízes
Nenhuma sombra substituirá
O calor do seu contato

O amor está morto na metrópole
Todo contato só por luvas ou divisórias
Um desperdício
A cidade -
Uma doença incurável
a pessoa como tuberculose.



Em 160Kbps



01. Contact
02. Sleeper in Metropolis
03. Poem for a Nuclear Romance
04. Wallies
05. Lover's Audition
06. Poets Turmoil No. 364
07. Echoes Remain (Forever)
08. All Night Party
09. Pandora's Box
10. Feel
11. Last Emotion

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