Ontem se comemorou 30 anos da invasão corinthiana ao Rio de Janeiro, em 1976, quando o time empatou em 1 x 1 com o Fluminense e foi disputar a final com o Internacional.
Tudo sem violência, nem quebra-quebra, apenas festa.
Outros tempos, outros tempos...
Por Nélson Rodrigues
"Uma coisa é certa: não se improvisa uma vitória. Vocês entendem? Uma vitória tem que ser o lento trabalho das gerações.
Até que, lá um dia, acontece a grande vitória.
Ainda digo mais: já estava escrito há seis mil anos, que em um certo domingo, de 1976, teríamos um empate.
Sim, quarenta dias antes do Paraíso estava decidida a batalha entre o Fluminense e o Corinthians.
Ninguém sabia, ninguém desconfiava.
O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade.
Durante toda a madrugada, os fanáticos do timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema.
E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela.
Ali, chegavam os corintianos, aos borbotões.
Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta.
A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia.
Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho: "O Rio é uma cidade ocupada".
Os corintianos passavam a toda hora e em toda parte.
Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo.
Pois ganha.
Na véspera da partida, a Fiel estava fazendo força em favor do seu time.
Durmo tarde e tive ocasião de testemunhar a vigília da Fiel.
Um amigo me perguntou: "E se o Corinthians perder?"
O Fluminense era mais time.
Portanto, estavam certos, e maravilhosamente certos os corintianos, quando faziam um prévio carnaval.
Esse carnaval não parou.
De manhã, acordei num clima paulista.
Nas ruas, as pessoas não entendiam e até se assustavam.
Expliquei tudo a uma senhora, gorda e patusca.
Expliquei-lhe que o Tricolor era no final do Brasileiro, o único carioca.
Não cabe aqui falar em técnico.
O que influi e decidiu o jogo foi a torcida.
A torcida empurrou o time para o empate.
A torcida não parou de incitar.
Vocês percebem?
Houve um momento em que me senti estrangeiro na doce terra carioca".
NELSON RODRIGUES publicou este texto no GLOBO em 6/12/76, dia seguinte ao Fluminense x Corinthians.
Tirado do Blog do Juca
06 dezembro, 2006
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7 comentários:
só posts do caralho hoje! pqp!
valeu!!!
Simplesmente maravilhoso !!
Saudações corinthianas !!!
como palmeirense não gostei de ver esse "timinho" no seu blog. mas fazer o que né ?? corintiano é praga !!! bem mas vamos aos posts. todos são foderosos e classicos... parabéns... beermetal !!
Fala,Hazzamanazz!
Pois é, eu me lembro desse acontecimento na minha cidade. Eu tinha 12 anos e meu pai me levava com uma certa frequência no Maracanã para assistir a tal Máquina Tricolor que fora montada pelo Francisco Horta,presidente do clube na época.
Ele era um dirigente que sabia muito bem explorar a mídia e criou um lema que marcou muito os torcedores tricolores: "Vencer ou Vencer". Mas, não foi o que aconteceu isso no Maracanã naquela tarde de domingo...
Vale dizer que não só o time do "curíntia" invadiu a cidade como,também, fora trazido por eles uma chuva do cacete que quase transformou - e o clube paulista tirou proveito disso - o jogo em pólo aquático!!!
Como botafoguense, restou-me contemplar o semblante de decepção do meu pai com o resultado do jogo o qual ele fora assistir...Ainda bem que eu não fui.
Valeu,Hazza! Um abraço,Miguel.
POBRES GAMBÁS , TODO ESTE ESFORÇO E O INTER FOI O CAMPEÃO!!!!
Assim como o Corinthians foi campeão em 2005, em cima do Inter, ganjacore.
Coisa da vida... :P
VENCERAM EM 2005 GRAÇAS AO SWEITER E O TAPETÃO ALVI NEGRO ISSO SIM!!!MAS NÃO VAMOS DISCUTIR FUTEBOL POIS A MÚSICA É MUITO MAIS IMPORTANTE!!!
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